O mercado obteve exatamente o que esperava. O Fed realizou um corte mais agressivo, reduzindo a taxa de juros para 3,75% e sinalizando uma pausa no ciclo de afrouxamento monetário. Ainda assim, o banco central não fechou a porta para novos cortes no futuro. Além disso, a ênfase de Jerome Powell na fraqueza do mercado de trabalho e na dependência dos dados para orientar as decisões reforça a probabilidade de uma expansão monetária ao longo de 2026.

Essa combinação foi recebida de forma extremamente positiva pelos índices de ações dos EUA. O S&P 500 registrou sua reação mais forte a uma reunião do FOMC desde março, enquanto o Russell 2000 atingiu um novo recorde histórico.

Reação do S&P 500 às Reuniões do Fed

O mercado de ações se beneficiou de uma tripla vantagem proporcionada pelo Fed. Além de elevar sua projeção de PIB para 2026 de 1,8% para 2,3% e reduzir as estimativas de inflação de 3% para 2,6%, o banco central também não descartou um afrouxamento monetário adicional. Jerome Powell comentou sobre o aumento da produtividade impulsionado pelas tecnologias de inteligência artificial. Segundo o presidente do Fed, os efeitos da substituição de postos de trabalho pela IA ainda não estão totalmente refletidos nos dados — caso contrário, os pedidos de seguro-desemprego estariam subindo muito mais rapidamente.

A aceleração da economia em um ambiente de inflação em desaceleração cria uma espécie de cenário "Goldilocks" para as ações dos EUA. De acordo com a Navellier & Associates, sempre que o Fed corta as taxas e o S&P 500 está a menos de 2% das máximas históricas, o índice avançou 100% das vezes nos 12 meses seguintes.

O corte hawkish, seguido por uma surpresa dovish de Jerome Powell, levou a um recuo nos rendimentos dos títulos do Tesouro. Durante muito tempo, o índice amplo de ações ignorou o rali nas taxas dos Treasuries, algo insustentável no longo prazo. O S&P 500 teria que cair, ou os rendimentos dos títulos cederiam. Felizmente para os investidores, prevaleceu a segunda opção.

Dinâmica do S&P 500 e dos rendimentos do Tesouro dos EUA

Nas últimas previsões do FOMC, há uma medida de expansão monetária projetada para 2026, enquanto o mercado futuro aposta em duas. Tudo dependerá dos dados relativos à economia americana. No entanto, a falta de uma margem de segurança em termos de expectativas de novas reduções na taxa de juros dos fundos federais pode tornar o S&P 500 vulnerável a vendas massivas de ações de tecnologia.

Assim, os resultados decepcionantes da Oracle — que ficaram aquém das expectativas de Wall Street — repercutiram em uma queda nos futuros do S&P 500. É provável que o amplo índice de ações abra em baixa no dia 11 de dezembro. No entanto, para os investidores de varejo, já habituados a "comprar nas quedas", isso é exatamente o que precisam. Muitos aguardam ansiosamente pelo tradicional rali de Natal no mercado acionário dos EUA, e uma correção no índice amplo representa uma excelente oportunidade para comprar a preços mais baixos.

Tecnicamente, o gráfico diário do S&P 500 mostra o preço consolidado acima do valor justo em 6.845, com os compradores no controle. Enquanto o mercado permanecer negociando acima desse nível crucial, o foco deve continuar sendo posições de compras, mirando os níveis de 7.000 e 7.100.