Hoje, o ouro se afastou de um nível ligeiramente acima da faixa de US$ 4.200, acelerando seu momentum de alta.

Ontem, como esperado, o Federal Reserve cortou a taxa de juros em 25 pontos-base após a reunião de dois dias e sinalizou apenas um possível corte adicional em 2026. No entanto, os investidores seguem projetando mais dois cortes no próximo ano, especialmente após os comentários dovish do presidente do Fed, Jerome Powell.

Durante a coletiva pós-reunião, Powell destacou que o mercado de trabalho dos EUA enfrenta riscos relevantes de enfraquecimento e que o banco central não deseja que sua política de aperto comprometa a criação de empregos. Essa observação pressionou o dólar e ajudou o ouro a atingir um novo máximo semanal.

Apesar disso, Powell evitou fornecer um cronograma específico para futuras reduções de juros, apenas sugerindo que os próximos cortes podem ser mais limitados. Além disso, dois membros hawkish do FOMC votaram contra o corte de ontem, introduzindo mais incerteza sobre o ritmo do afrouxamento monetário — fator que limitou o avanço dos metais preciosos na sessão anterior.

Hoje, porém, o Departamento do Trabalho relatou que os pedidos iniciais de desemprego da semana encerrada em 6 de dezembro subiram para 236 mil, ante os 192 mil revisados da semana anterior. Esses dados aumentaram a pressão sobre o dólar, que recuou fortemente, criando um ambiente favorável para a valorização do ouro.

A incerteza geopolítica também segue como pano de fundo. O progresso lento nas negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia continua a elevar a aversão ao risco e sustentar a demanda por ativos de refúgio.

Do ponto de vista técnico, os osciladores positivos no gráfico diário sugerem que eventuais recuos em direção ao patamar psicológico de US$ 4.200 devem ser vistos como oportunidades de compra.

Um forte rali acima de US$ 4.250 e a consolidação acima de US$ 4.270 abririam caminho para um teste de US$ 4.300. Compras adicionais poderiam atuar como catalisador para os touros. No entanto, vale destacar que o Índice de Força Relativa (RSI) se aproxima da zona de sobrecompra, reforçando a possibilidade de uma correção no curto prazo.